sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vantagens e Dificuldades do Marketing Esportivo

O marketing esportivo trás benefícios para o atleta, como uma fonte de receita; ao clube, que passa a contar com outras fontes de receita para equilibrar seu orçamento e reduzir sua dependência com ganhos mais tradicionais, como bilheteria e direitos de transmissão; e até o próprio público, que poderá ser contemplado com melhores espetáculos.

Mas quanto ao patrocinador e investidor? Ao se questionar em investir no marketing esportivo os investidores, não só podem, como devem pensar sobre as vantagens e as dificuldades que esse tipo de marketing oferece. Afinal, como tudo na vida tem seu lado bom e seu lado mais problemático.


Vantagens


1- Divulgação da Marca

O maior retorno que existe para o investimento no marketing esportivo é a imagem de marca que é formada. Com exposição de forma indireta, a marca torna-se conhecida junto a um público-alvo interessante para a empresa.
A exposição e divulgação da marca facilitada através do patrocínio de uma empresa a um clube, em vários pontos dos estádios, em camisetas, bonés, etc.

2- Apelo às Emoções

Conforme o artigo que publiquei anteriormente Fator Emoção do Marketing Esportivo, a emoção é um fator importantíssimo e diferenciado do marketing esportivo. Ao investir no esporte, a empresa cria de forma indireta essa experiência, pois as emoções que são geradas são automaticamente transferidas para os patrocinadores.

3- Custos Menores

A marca da empresa, que utiliza o esporte como ferramenta para atingir seus objetivos de marketing, passa a ser divulgada com frequência em diversas mídias, pois sempre que a foto do clube patrocinado aparece em jornais e revistas, a marca aparece também; além da repercussão nos dias de jogos. Essa exposição muitas vezes é bem maior que nas mídias tradicionais. Ao se comparar os custos, o investimento no marketing esportivo é muito compensador.

4- Ações Combinadas

Esta é uma boa vantagem, mas até o momento os patrocinadores brasileiros estão engatinhando nesse aspecto. A empresa e o clube podem realizar eventos ou qualquer outra atividade promocional, como o merchandising, promoções, brindes, produtos especiais, etc. a fim de reforçar mais a ligação entre patrocinador e patrocinado, e estreitar mais ainda os laços com do torcedor/consumidor do clube.

Dificuldades


1- Controle do Produto Esportivo

O produto esportivo é altamente incontrolável. Muitos clientes do produto esportivo têm grande impacto sobre o processo, mais do que os produtos e serviços tradicionais. O esporte e a mídia formam uma poderosa combinação de forças e boa parte do resultado desse poder e influência está fora do controle dos profissionais de marketing esportivo.

2- Mensuração

Outra dificuldade do marketing esportivo é quanto à mensuração. É difícil para os investidores saberem exatamente o retorno que podem ter, ao contrário de outras mídias. No entanto, alguns esforços estão sendo feitos no sentido de medir os resultados. Empresas e os clubes passaram a checar cada minuto de bola rodada, bem como o valor que as empresas patrocinadoras do evento obtiveram em exposição na TV, jornais e revistas.

3- Fatores Extracampo

A desorganização em campeonatos, calendário e horários de partidas estranhos, violência recorrente nos estádios e fora deles, polêmicas envolvendo atletas, torcida ou clube, podem prejudicar a imagem da marca patrocinadora. Dependendo do caso, podendo resultar também em um afastamento do público, prejudicando também os clubes.


Resumindo, as vantagens do marketing esportivo se apresentam muito compensadoras, inclusive com relação aos outros tipos de marketing, pois condicionam uma divulgação e exposição de marca muito poderosa com custos menores, tendo uma exposição em publicidade muito grande através das mídias eletrônicas, e tendo um potencial de ações combinadas que são limitadas somente a criatividade dos patrocinadores/investidores.

Quanto às dificuldades, principalmente os fatores extracampo, seriam muito reduzidas se houvesse no Brasil uma melhor organização. Exemplo disso, no futebol europeu, onde o marketing esportivo está em um nível avançado, e só se encontra nessa condição justamente por possuir campeonatos organizados, na qual estes problemas não existem, e, quando ocorrem, são rapidamente resolvidos cumprindo normas rigorosas.

As vantagens superam com larga vantagem as dificuldades que o marketing esportivo apresenta. Contudo, o desenvolvimento do marketing esportivo no Brasil, principalmente o futebol, que é disparado o mais popular esporte do país, passa pela confiança dos investidores nesse tipo de marketing, que apresenta diversas vantagens, mas que tem uma pedra no sapato: a desorganização do futebol brasileiro.

Até o próximo post!

domingo, 14 de setembro de 2014

Fator Emoção do Marketing Esportivo


O marketing esportivo destaca-se pelo motivo inicial por ser uma atividade que mexe com as emoções das pessoas, assim, a imagem que é formada atinge um ponto importante dos consumidores brasileiros, que é o emocional.

A emoção talvez seja o mais poderoso e exclusivo aspecto com relação ao esporte. A dinâmica do esporte pode envolver os consumidores por sensações intensificadas de expectativa, alegria, medo, empolgação, orgulho, satisfação, raiva, entusiasmo, decepção e alívio, tudo dentro do período do evento. A natureza inerente da competição oferece uma plataforma elevada de emoções que são experimentadas direta e indiretamente por grandes grupos de consumidores em que as comemorações de vitória, raiva e tristeza esgotantes da derrota são igualmente toleradas como válvulas de escape de emoções, que seriam inadequadas de outra forma.


O poder emocional do esporte oferece aos profissionais de marketing uma oportunidade única, a de agregar sentimentos a um produto que por sua natureza não transmite emoção, como exemplo um seguro de vida ou cartão de crédito. Ao relacionar essas categorias de produtos ao esporte e personalidades esportivas dá a eles acesso a emoções que lhe escapariam de outra forma. O uso bem-sucedido do esporte no marketing coloca o aspecto emocional em jogo e isso pode desenvolver relacionamentos com os consumidores e mercados de forma eficaz.

A emoção do espetáculo esportivo é transferida, inconscientemente, para a mente do espectador e do torcedor. O que fica é a associação da marca e do produto com os ingredientes emocionais do esporte. A emoção e a beleza do esporte agregam valor comercial e, sobretudo, estético às marcas dos seus patrocinadores.

Os consumidores que são fãs do esporte, que pode variar do leve, moderado até o fanático, possuem um valor intrínseco maior do que clientes, pois ultrapassam os limites da racionalidade, aliando às suas escolhas pessoais, como seria o normal em se tratando de produtos e serviços, uma dose de emoção que as marcas ou empresas simplesmente não podem conquistar.

Entretanto, os profissionais de marketing não podem controlar ou prever as emoções (humor ou sensações) de um consumidor ou a interação de outros na experiência de consumo. Os profissionais de marketing são capazes apenas de exercer controle limitado sobre os arredores físicos. Assim, eles tomam decisões de marketing em um ambiente onde os resultados de tais decisões são imprevisíveis.

Devido à popularidade e emoção que o esporte proporciona, o marketing esportivo pode trazer o risco, em alguns casos, de que torcedores mais fanáticos dispensam o patrocinador de seu rival sempre que podem.

Portanto, não há duvidas que o fator emoção utilizado pelo marketing esportivo se torna o maior diferencial com relação aos demais tipos de marketing, pois estes não atingem de maneira tão direta e simplificada a emoção, que é um fator importante e influenciável para o consumo de produtos/serviços. 

Saudações!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Arbitragem e Patrocínio: o "Árbitro-outdoor"


Há algum tempo, os árbitros de futebol, popularmente também chamados de juízes, tem usado o uniforme com patrocínios em campeonatos pelo Brasil (no calção, camisa/mangas). No entanto, a FIFA permite a exibição de patrocínios somente nas mangas das camisas do trio de arbitragem e em um espaço determinado (universidadedofutebol.com.br). Além do ponto de vista legal, existem dois pontos de vista para o caso: a do marketing esportivo e pelo ponto de vista ético.

Para o Marketing esportivo, enxergo o patrocínio como um posicionamento muito duvidoso em termos de resultado para marca. O juiz passa uma imagem de responsabilidade e de tomada de decisões que até podem agregar valor a marca, no entanto, os torcedores não o enxergam desta forma. Qual imagem o torcedor terá de um juiz que não marcou um pênalti legítimo a favor do seu time do coração numa final de campeonato? Ou um impedimento marcado erroneamente? Com certeza não será boa. É capaz, ainda, da marca ficar na memória do torcedor, mesmo que inconscientemente, associando-a a algo ruim e passar a evitar a marca.

O arbitro de futebol não transmite emoção, o fator diferencial do marketing esportivo (falarei em breve sobre este assunto), como no caso do patrocínio na camisa de um clube. Ou pior, até transmite emoção, mas ela será negativa na visão do torcedor, do consumidor esportivo, afinal, ninguém torce pelo juiz. Portanto, ele está muito próximo de ser um merchandising ambulante, assim como as placas na beira do gramado, mas só que estas não se movem. Podemos chama-lo então de “árbitro-outdoor”.
Leandro Vuaden em partida válida pelo Campeonato Gaúcho
Do ponto de vista ético, imaginemos a seguinte situação: Um juiz escalado para apitar uma partida tem em seu uniforme a marca X como patrocinadora. Ele irá apitar um jogo em que um dos times também é patrocinado pela marca X. Muitos terão a ideia de que o árbitro irá favorecer o time de mesmo patrocínio, já que quem recebe a verba do patrocínio é a associação de árbitros de futebol. Mas esta situação também é prejudicial para a imagem da marca, como citado anteriormente. Além do mais, tal prática é proibida pela FIFA, o que pode render multa ou suspensão (universidadedofutebol.com.br).

Assim sendo, não consigo enxergar grandes vantagens em patrocinar um árbitro de futebol. Se um investidor, que deseja utilizar o marketing esportivo como ferramenta promocional de sua marca, e está na dúvida entre patrocinar um árbitro, ou as placas ao redor do gramado, sem considerarmos o valor do investimento, sugiro optar pela segunda opção, pois nesta, não se corre o risco de vincular uma imagem negativa para a marca.


Saudações!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Números Fixos nas Camisas dos Times de Futebol

Nos últimos anos, cada vez mais os grandes clubes brasileiros estão adotando o sistema de números fixos nas camisas dos jogadores, alguns também incluem o nome do atleta. Pratica muito comum na Europa há muito tempo.
Mas por que os clubes estão adotando a numeração fixa? Que vantagens ela traz? A resposta é simples: identificação do torcedor com o jogador preferido, seu ídolo.

A identificação às vezes é tão grande que clubes escolhem homenagear o jogador aposentando a sua camisa. É o caso de Maldini (3) e Baresi (6) no Milan, Roberto Baggio (10) no Brescia, Marcos (12) no Palmeiras, Cruyff (14) no Ajax, Blanco (10) no América do México, etc.

A identificação ajuda a aumentar as vendas de camisas. Existem muitos exemplos pelo mundo, mas irei apontar um case brasileiro de muito sucesso: Ronaldo Nazário no Corinthians. Nos primeiros dias após o seu anuncio, a camisa número 9 de Ronaldo já estava esgotada e após um mês de sua aposentadoria ele ainda liderava as vendas de camisas (timaonet.com.br).

Mas se a numeração não fosse fixa, será que venderia tanto? Provavelmente venderia muito bem por se tratar de um craque, mas não tão bem quanto à numeração fixa. O motivo é que quando Ronaldo não jogasse dividiria a camisa número 9 com seu reserva. Então, ao comprar a camisa, o torcedor está se identificando com o Ronaldo ou com o seu reserva? Pois muitas vezes um jogador reserva tem muita identificação com o torcedor quanto um titular. É claro que Ronaldo não tinha um reserva a sua altura, mas e se tivesse?

O torcedor nem sempre se identifica com o craque principal de seu time, aquele mais famoso. Eles também se identificam com os outros jogadores do time, que possuem características que ele admira. Como a elasticidade do goleiro, o volante que tem raça, o zagueiro que tem diversas partidas pelo clube, o lateral que corre de forma incansável, o reserva que entra e sempre faz gol, etc. Por esse motivo a numeração fixa se torna importante, pois facilita a associação do torcedor com o jogador, criando uma marca (jogador somado ao seu número). Inclusive surgiram marcas nesses moldes, como exemplo: lembrarmo-nos de CR7 (Cristiano Ronaldo) e R10 (Ronaldinho), marcas criadas a partir do nome e número da camisa.

A identificação faz com que as receitas com vendas de camisas aumentem e propicia que o clube reconheça qual jogador vende mais, que por consequência, será o jogador com mais fãs, podendo o clube então realizar diversas ações de marketing esportivo com esse jogador.


A numeração fixa também tem vantagem para o patrocinador de material esportivo, que lucra com o aumento das vendas, mesmo aumentando um pouco os custos para adotar o sistema. Tanto que algumas marcas como Nike e Adidas, as duas maiores do mundo, adotaram esse padrão para todos os times que patrocinam.

Não existem praticamente desvantagens em utilizar numeração fixa, ainda que existam torcedores mais tradicionais que são contra, pois acreditam que futebol é de 1 a 11 e deu. Mas será que esse público compra camisas de futebol, ou seja, fazem parte do público alvo? Qual é a proporção destes na torcida? Nada que uma boa pesquisa possa responder! Assim se faz marketing, pesquisando!

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Saudações!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Grêmio Lança Rede de Fast Food – Pontos Positivos e Negativos

O Grêmio irá lançar uma rede de Fast Food, algo inédito no mundo do futebol, e pretende inaugurar até o fim do ano cinco unidades no Rio Grande do Sul e com expectativa que a franquia tenha 90 unidades em todo país.

O nome da marca será escolhido pelos torcedores do Grêmio, através de votação no site, entre três opções: Triburger, Hamburgueria 1903 e Brasa Azul. A previsão de abertura da primeira loja será de aproximadamente 90 dias.

Segue abaixo vídeo postado sobre a rede de fast food no You Tube:

Como se trata de um negócio inédito no mundo, não temos cases para compararmos e analisarmos. Portanto é sim uma boa e inovadora notícia para o marketing esportivo brasileiro, e que devemos aplaudir tamanha atitude e inovação!

Fiz uma breve análise sobre os pontos positivos e negativos sobre esse novo negócio para o Grêmio, a qual segue:

Pontos Positivos:

- Tem uma marca forte vinculada (Grêmio);
- Terá uma boa base de clientes já fidelizados e público alvo bem estabelecido (sua torcida), ou seja, 50% do Rio Grande do Sul, algo que dificilmente ocorre com uma nova marca no mercado;
- Bons resultados em campo podem trazer mais clientes para as lojas da rede. Pode, inclusive, se tornar um ponto clássico de comemoração dos torcedores, das vitórias, dos títulos, dos aniversários dos títulos, etc;
- Podem ser exploradas promoções para os sócios do clube, como descontos e combos, fomentando os negócios e atraindo ainda mais novos sócios;
- Os patrocinadores do clube podem também criar promoções de interação. Como exemplo, um cliente Banrisul (patrocinador máster) tem desconto ao comprar seu lanche com o cartão de crédito Banricompras.

Pontos Negativos:

- Contrário ao primeiro ponto positivo, a rede de fast food já nasce com rejeição 50% dos gaúchos, pois dificilmente veremos um colorado fazendo um lanche no local;
- Terá atuação local (o que não é necessariamente algo negativo, mas se torna devido a meta estipulada de abrir 90 lojas em todo país), pois fora do Rio Grande do Sul e um pouco de Santa Catarina, existem poucos torcedores gremistas no restante do país que justificariam abrir uma loja da rede de fast food (o que poderia ser bem explorado por Flamengo e Corinthians, devido terem torcida em todos os estados, por exemplo);
- Outro ponto positivo que pode ser negativo. É muito difícil para o torcedor separar o resultado de campo do restante. Quando o time não vai bem existe certo risco dos negócios na rede de fast food caírem como reflexo dos resultados em campo;


Acredito que esse negócio tem bom potencial se bem explorados os pontos positivos. E evidentemente, realizar o básico, entregar satisfação para os consumidores oferecendo produtos/serviços de qualidade. Vamos acompanhar o desenvolvimento dessa inovação no marketing esportivo e o resultado que ela trará para o clube.

Saudações!

Notícia link:
http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,gremio-lanca-rede-de-fast-food,1122474,0.htm

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Naming Rights no Brasil: O Que Impede Seu Desenvolvimento?

Com a vinda da Copa do Mundo para o Brasil em 2014, e a inauguração de novas arenas pelo país, um tema bastante abordado ultimamente é o Naming Rights, ou Direitos de Nome, em uma tradução livre para o português.

O Naming Rights nada mais é do que a concessão do nome de um estádio ou arena para uma marca em um contrato de longo prazo. É muito praticado no EUA (principalmente nos estádios de Beisebol, Basquete e Futebol Americano) e na Europa (especialmente nos estádios de futebol), mas que ainda está engatinhando em nossas terras tupiniquins. Com o “boom” das arenas pelo país, até o momento somente três arenas fecharam contrato de naming rights: a Itaipava Arena Fonte Nova, Itaipava Arena Pernambuco e Allianz Parque do Palmeiras.

Um dos benefícios do Naming Right é transformar a Arena/Estádio em um ponto de venda gigantesco da marca patrocinadora em dias de jogos, ou nos dias que não há, ofertando produtos e serviços, realizando interações com os consumidores/torcedores, proporcionando experiências para os mesmos, com entretenimento, ações promocionais, ações de comunicação, ingressos, etc.

Além dessas vantagens, esse negócio é uma poderosa ferramenta de comunicação midiática para a marca, e para maioria, é o principal benefício do Naming Rights, pois o nome da marca atinge um público muito maior, porque vai além dos torcedores frequentadores do estádio (da interação que eu citei anteriormente) que, evidentemente, dependerá da capacidade de público da arena/estádio. Imagine então cada transmissão de TV, rádio, internet, notícias, relações públicas em geral, etc. citando o nome do estádio, na verdade o nome da marca! E é nesse ponto que os investidores estão receosos, apesar de não exporem isso publicamente, conforme explico a seguir.

A rede Globo de televisão, detentora dos direitos de transmissão de TV aberta e parte da TV fechada do país, inclusive pay-per-view, tem a política de não citar outras marcas que não sejam seus patrocinadores. Ou seja, se o nome da marca do estádio ou arena não for também patrocinador da TV Globo, este nome não será citado.

As empresas que se interessam em negociar um Naming Right costumam esbarrar-se nesse problema, pois irão investir altos valores para não ter todo potencial que este investimento pode oferecer, já que a maior emissora de TV do país, detentora dos direitos de transmissão das partidas, simplesmente não irá citar os nomes de suas marcas.

Exemplo disso aconteceu no Mundial de Clubes FIFA 2011, no qual o Santos F.C. jogou na cidade de Toyota, no estádio com nome também de Toyota, e sabe como a Globo citou a cidade e o estádio? Cidade de Nagoya e estádio de Nagoya, uma cidade localizada a quilômetros de distância do local real. Preferiram dar uma informação errada a citar a marca Toyota, pois o futebol da Rede Globo é patrocinado por outra marca de automóveis.

Aqui no Brasil também temos exemplo disso, o caso da Arena da Baixada do Atlético-PR, um exemplo de arena moderna, primeiro negócio de Naming Right no Brasil, bem antes de todas as Arenas que estão sendo construídas pelo Brasil afora para a Copa do Mundo, na verdade se chamava Kyocera Arena entre 2005 e 2008. Veja que eu citei Arena da Baixada, é o nome que a mídia sempre citou, e é o nome que “pegou”.

Kyocera Arena - 2005 a 2008

Outro problema do Naming Rights no Brasil são os nomes clássicos dos estádios brasileiros. Como uma marca irá sobrepor um nome como Maracanã ou Beira-Rio? Esses nomes já tem uma marca forte, já estão na mente dos torcedores/consumidores, e sempre serão lembrados por seus nomes clássicos. O Mesmo ocorre com novas Arenas que ainda não possuem Naming Rights, como é o caso da Arena Corinthians, que já está sendo chamada de “Fielzão” e provavelmente, o nome ficará na mente do consumidor esportivo.

O que se pode fazer, nesse caso, é colocar o nome da marca juntamente com o nome do estádio clássico, como “Estádio (nome da marca X) Maracanã” ou “Estádio (nome da marca X) Beira-Rio”. Mas para esses casos, eu recomendaria pesquisas para detectar a percepção do consumidor esportivo sobre esses nomes e o impacto que eles poderão realmente ter.

Visto esses problemas, acredito que o maior problema de fato encontra-se na posição que a TV Globo está tomando. Ela afirma estar protegendo seus patrocinadores, afinal eles que pagam para que a transmissão aconteça, e podemos entender isso, obviamente. Mas, e o direito de imagem da marca da Arena onde fica? E a informação correta? Devo ser chamado pelo meu nome corretamente, certo? Esta é uma discussão ferrenha que só tem uma solução a meu ver: A união dos clubes brasileiros. Se eles se unirem e colocarem em pauta na próxima renovação de direitos televisivos a citação dos Naming Rights, será um grande passo. Se a Globo não quiser, pode ter certeza que a Rede Record, ou outra, estará pronta para aceitar esses termos. Nada como uma boa concorrência.

Suponhamos que a Globo aceite citar as marcas reduzindo o valor da cota para os clubes que possuam Naming Rights, Vale a Pena? Provavelmente sim, pois dependendo do valor, o Naming Right cobre a diferença e ainda sobra um valor muito interessante, que pode ser maior ainda do que os avaliados hoje, com a TV citando o nome da marca a valer.
Infelizmente a união dos clubes, o “Clube dos 13”, foi dissolvido pela TV Globo, que passou a negociar os contratos televisivos diretamente com cada clube, se não, os clubes certamente teriam mais força para incluir a citação dos Naming Rights no contrato de transmissão da TV.

Fica então a dica para os cartolas brasileiros, pois o Marketing Esportivo e os negócios envolvendo o futebol, que agregam receita de patrocínio para os clubes, estão claramente deixando de crescer por esses motivos apresentados. Lembrando sempre que a união faz a força!

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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O que é Marketing Esportivo?

Você certamente já ouviu falar muito de Marketing Esportivo, certo? Mas afinal, o que é Marketing Esportivo?

Primeiramente, vamos entender o que é Marketing, conhecidamente abreviado de MKT.

Segundo o guru Kotler “marketing é um processo social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos e serviços de valor com outros”. Já a American Marketing Association, define que marketing é “o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”.

O termo satisfação é a palavra chave do Marketing, pois o objetivo do MKT é justamente deixar seus consumidores e clientes satisfeitos de uma necessidade ou desejo. Como existem muitas maneiras de satisfazer os consumidores, elas são agrupadas no chamado “Composto de Marketing”, de acordo McCarthy e Perreault (1997), em: Preço (quanto custa o produto/serviço), Praça (local ou como o produto/serviço será entregue), Produto (características, qualidade, embalagem, serviços, etc.) e Promoção (comunicação, propaganda, etc.).

Muita gente confunde MKT com propaganda, na verdade, acho que a grande maioria. A propaganda não é o MKT em si, mas faz parte do MKT, da “Promoção” que eu citei anteriormente.

Ta, e o Marketing Esportivo? Assim como existe o engano de achar que o Marketing é propaganda, a maioria das pessoas vincula o Marketing Esportivo adivinha a que? Patrocínios e propaganda. Mas dessa vez, não está totalmente errado.
Existem autores que defendem que o Marketing Esportivo é um tipo de marketing promocional, e não estão errados, como por exemplo,
MELO NETO (2000):

a) Uma ação provada de indivíduos ou empresas, destinada a beneficiar uma atividade esportiva de interesse público;
b) Alternativa diferenciada de comunicação de um produto, serviço ou imagem;
c) Compreende ações que visam à melhoria ou à fixação de uma imagem institucional;
d) Utiliza o conceito de esporte como veículo (mídia);
e) É uma estratégia mercadológica;
f) É uma modalidade de marketing promocional;
g) É um poderoso instrumento para construção e a preservação da imagem institucional da empresa.

Evidente que a parte promocional é importantíssima e fundamental no marketing esportivo, mas não é tudo.

Defendo o conceito do autor Shank (2002), que nos diz que o marketing esportivo é “a aplicação específica dos princípios e processos de marketing aos produtos esportivos e ao marketing de produtos não-esportivos por meio da associação com o esporte”. Ou seja, nada mais é do que aplicar o Marketing convencional e o Composto de Marketing adaptando-o a um consumidor que tem suas peculiaridades que queremos satisfazer, que é o consumidor esportivo, o fã de esporte.

Então porque atingir o consumidor esportivo? A principal peculiaridade desse consumidor, alvo do Marketing Esportivo, é a emoção.
O poder emocional do esporte oferece aos profissionais de marketing uma oportunidade única, a de agregar sentimentos a um produto que por sua natureza não transmite emoção, como exemplo um seguro de vida ou cartão de crédito. Ao relacionar essas categorias de produtos ao esporte e personalidades esportivas dá a eles acesso a emoções que lhe escapariam de outra forma. O uso bem-sucedido do esporte no marketing coloca o aspecto emocional em jogo e isso pode desenvolver relacionamentos com os consumidores e mercados de forma eficaz (MORGAN; SUMMERS, 2008).

A definição de MKT esportivo, bem como suas vantagens e desafios, geram um grande conteúdo que serão abordados ao longo do tempo aqui no blog Mundo do Marketing Esportivo.

Até o próximo post!